O meu melhor 1º de Maio de sempre,foi exactamente há um ano.Lembro-me como se fosse hoje.Vou tentar descrevê-lo,porém não será fácil,pois foi um jorrar de adrenalina,absolutamente incrível!
Cerca das 22horas,dirigi-me para a minha cervejaria preferida.Lá encontrei dois amigos proletários que desfrutavam da noite sem terem que se levantar cedo no dia seguinte.Bebemos umas canecas,comemos uns petiscos e quando demos por nós já era 1h da manhã.Resolvemos então ir a um bar dum amigo situado na parte alta e velha da cidade,aí se juntou outro camarada.Tudo estava bem,copos,risos,risadas,o bar é pequeno mas tem um bom ambiente.Até que ao ir ao bar,um italiano me empurrou.Naquela onda do "chega para lá,deixa-me pedir,que esta merda é toda nossa".Eu logo espumei de raiva e o meu primeiro instinto foi partir-lhe a cara,porém logo os meus camaradas me alcamaram e eu próprio engoli o sapo,visto estar numa casa dum amigo meu e não querer espantar os seus clientes e dar mau ambiente ao negócio.Tudo bem,isto passou e não pensei mais nisto.Ou pelo menos não dei mais importância a isto.
Continuámos a noite já numa casa maior e onde havia danças e dancinhas.Mais uns copos,mais boa disposição.
Quem é que de repente aparece?O grupo dos italianos,tão ou mais bebâdos que nós e com aquele hábito terrível de falar aos berros.É então que acontece o mesmo filme dumas horas antes quando fui ao bar.E aí tive a certeza absoluta que aqueles gajos estavam a meterem-se comigo e que eu tinha que lhes partir a cara.Eles riam-se por que eram muitos mais que nós e já estavam fartos de fazer merda sem que ninguém lhes acertasse o passo.Mas erro terrível nesse sítio encontravam-se também velhos conhecidos meus de outras lutas.E galo máximo os italianos também os estavam a desafiar.E é aqui que começa a adrenalina a ser injectada no corpo.
Italianos,cerca de vinte ou vinte-cinco.Portugueses,nove.
A confusão começou lá dentro mas eu não sei como,porque já estava cego de raiva e só queria bater em alguém.De repente estamos todos cá fora e dão-se os primeiros confrontos eles vendo que a rapaziada era rija e habituada aquilo,começaram a retrair-se e a perderem terreno,até que desataram a fugir.Nós estávamos doidos,sedentos de sangue e corremos atrás deles ainda por algumas ruas.Subitamente os italianos começam a entrar para uma casa refugiando-se de nós.A casa era daqueles antigos palacetes com uma porta acastelada,bem grande e forte,mas com vidros protegidos por grades.Logo tentámos arrombar a porta,eles ripostavam enfiando chapéus de chuva por entre as grades ferindo alguns de nós.Tenho a certeza que todos fizemos o mesmo filme:"isto parece uma batalha medieval"!Acho que foi isso que nos tornou invencíveis naquela noite!
Bem,voltando aos acontecimentos.Entretanto descobrimos que as pedras de calçada Portuguesa passavam entre as grades e iniciou-se uma verdadeira chuva delas.Ao olhar por entre as grades e os vidros partidos só via gajos cheios de sangue.Passado algum tempo dois dos nossos camaradas de armas afastaram-se um pouco da porta de casa dos italianos,até uma esquina da rua e foi aí que foram emboscados por reforços que chegavam para auxiliar os italianos cercados.Nós apercebendo-nos do que estava a acontecer,rapidamente fomos socorrer os nossos companheiros e garanto-vos que estes que chegavam fresquinhos,bem que sofreram a nossa ira.
É aqui que tenho mais dificuldade em recordar seja o que for e tudo me aparece sobre a forma de flash.Tenho o flash de proteger um amigo que estava caído,tenho o flash de bater muito em dois ou três gajos e tenho o flash de ver um camarada entalado na porta ,que entretanto se tinha aberto,estilo Martim Moniz na tomada de Lisboa!Mas uma coisa é certa:garanto-vos,a italianada levou muito focinho.
O frenesim era tanto e a adrenalina imensa que só acabou tudo quando chegaram os chuis.Todos fugimos!Uns melhores que outros!Eheh!Eu ia a fugir e a certa altura pensei:"porque é que eu estou a fugir"?Parei de fugir virei-me para trás e comecei a caminhar na direcção dos três chuis que corriam atrás de mim.Filhos da puta!!!Deram-me ainda umas sete ou oito bastonadas.Fui identificado,como de costume.Expliquei-lhes o que se tinha passado e eles até que me curtiram,a mim,e a toda a situação.
Nessa noite nem dormi,tamanho eram os nervos no corpo.E no dia seguinte não conseguia falar de outra coisa e passei o dia a mostrar as marcas no corpo como se de troféus se tratassem!
Não vejo mal nenhum em um grupo de homens enfrentar outro grupo de homens,à moda antiga!
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