No dia 26 de Maio de 1644,ou seja há 364 anos,ocorreu a Batalha do Montijo no concelho de Badajoz,no contexto da Guerra da Restauração.Os Portugueses mais uma vez provaram a sua superioridade em armas face aos espanhóis.Do lado Português alinharam 6000 homens de infantaria,1000 cavaleiros e 7 canhões.Do lado espanhol,alinharam 7000 homens de infantaria,2500 cavaleiros e 6 canhões.Morreram 900 Portugueses e 3800 espanhóis.A bravura,o sorriso perante a morte e o maior valor táctico,ditaram uma gloriosa vitória para os Portugueses.
"De prata,uma cruz,de azul".Esta é a descrição do escudo de D.Henrique,herdado posteriormente por D.Afonso Henriques.Terá sido sempre um escudo e nunca terá sido representado sob a forma de bandeira,nesta época não existiam bandeiras nem a representação generalizada e uniformizada dos países pelas mesmas.A cruz azul seria por certo feita de tiras de couro tingidas de azul.
Foi usado de 1081 a 1139,pelo Conde Henrique e por D.Afonso Henriques antes de se tornar Rei.
Ao ser aclamado Rei,D.Afonso Henriques,acrescentou um novo elemento ao escudo herdado de seu pai,os besantes ou dinheiros.Este elemento prende-se com a afirmação do poder régio do recente Rei e por conseguinte do direito de poder cunhar moeda.Portanto,às tiras de couro foram pregados pregos de prata,simbolizando assim o tal poder de cunhar moeda.
No final da vida de D.Afonso Henriques mercê da sua intensa vida militar e da tradição medieval de não se reparar o escudo,o mesmo já apresentaria parte das tiras de couro danificadas,sobrando apenas a parte do couro que se encontrava por baixo dos besantes.O que viria a inspirar o escudo de D.Sancho I.
Este escudo foi usado por D.Afonso Henriques de 1139 a 1185.
D.Sancho I(1185-1211),usou o escudo herdado de seu pai e é natural pensar-se que a representação dos besantes em cada uma dos cinco escudetes ou "quinas" se fixe em onze por cada um.
O mesmo escudo foi posteriormente herdado por D.Afonso II(1211-1223) e por D.Sancho II(1223-1245).
Este escudo foi usado de 1185 a 1245.
Com a subida ao trono de D.Afonso III,há uma alteração no escudo do Rei.Este facto deve-se às regras de heráldica,que ditam:o filho não primogénito não poderá herdar as armas de seu pai sem que haja "diferença".Ora,D.Afonso III era irmão mais novo do deposto D.Sancho II.Logo não poderia manter as armas do seu pai sem que lhes alterasse qualquer elemento.É neste contexto que se dá o acrescento dos castelos no bordo do escudo real.Estes castelos de número ainda variável,representam o facto de D.Afonso III ser neto por via materna de D.Afonso VIII,Rei de Castela e por ser casado com D.Beatriz de Castela,também ela filha do monarca D.Afonso X,Rei de Castela.Todavia descansem,pois esta assumida aproximação a Castela e consequente inclusão dos castelos no escudo real,afirmava por parte do Rei o desejo de legitimar pelos laços de sangue a sua pretensão ao trono de Castela e subsequente subjugação do mesmo à Coroa Portuguesa.
Este escudo foi usado por: D:Afonso III (1248-1279) ; D.Diniz (1279-1325) ; D.Afonso IV (1325-1357) ; D.Pedro I (1357-1367) ; D.Fernando (1367-1383).
Ou seja o uso deste escudo,indepedentemente das variações no número de besantes ou de castelos,situa-se de 1248 a 1383.
Na sequência da crise dinástica de !383-1385,sobe ao trono D.João I.Este pelos mesmos motivos de D.Afonso III,não podia manter o escudo sem que não realizasse algumas alterações.Então acrescenta ao escudo a Cruz da Ordem de Aviz.Esta já representava as suas armas enquanto Mestre de Aviz.Nesta altura e também pela inclusão da Cruz da Ordem de Aviz,os castelos fixam-se em número de nove.os besantes são reduzidos,mas ainda não se dá uma fixação do seu número.
Este brazão é o primeiro que há registo de ter sido reproduzido também em forma de bandeira,se bem que o foi no formato de bandeira armorial.
Foi usado como brazão ou como bandeira armorial por: D.João I (1385-1433) ; D.Duarte (1433-1438) ; D.Afonso V (1438-1481) ; D.João II (1481-1485).
Ou seja esteve em uso de 1385 a 1485.
Em 1485,D.João II,por motivos não desvendados,mas de crer meramente estilísticos,decreta alterações ao seu escudo e à bandeira.A Cruz de Aviz é removida,os escudetes ou "quinas" laterais são endireitados,o número de besantes por escudete fixa-se em cinco e o número de castelos no bordo é também fixado em sete.Algo que se manteria até aos dias de hoje com a excepção da bandeira de D.Manuel I,que não manteria o número de castelos fixo no número de sete.Esta é a última bandeira armorial utilizada.O seu uso compreende-se de 1485 a 1495.
Seguindo as tendências heráldicas europeias,neste reinado,usaram-se já bandeiras rectangulares.Assim a bandeira nacional passou a ser branca com o escudo real ao centro,encimado por uma coroa real aberta.
Esta bandeira foi usado por: D.Manuel I (1495-1521) ; D.João III (1521-1573) ; D.Sebastião (1573-1578),foi por isso usada de 1495 a 1578.
Nas vésperas de Alcácer Quibir,dão-se importantes alterações.Entre elas,a coroa passou a ser fechada e finalmente define-se o número de besantes em cinco por escudete ou "quina" e o de castelos em sete.Algo que não mais foi alterado.
Esta bandeira foi usada por D.Sebastião em 1578 e por D.Henrique (1578-1580).
Em 1640,com a restauração dá-se um retoque no escudo,que passa a ser arredondado ou de formato dito Português.
Esta bandeira foi usada por D.João IV (1640-1656) e por D.Afonso VI (1656-1667),ou seja o seu uso situa-se de 1640 a 1667.
É também neste período que se inicia a distinção entre armas e bandeiras reais e armas e bandeiras do Reino.
Em 1667 D.Pedro II altera o desenho da coroa,dotando-a de cinco hastes.Esta alteração é vista como um retoque estilístico ao sabor das modas europeias de então,como também um desejo de por esse meio,de reforço da coroa,se afirmar a autoridade régia.
Esteve apenas em uso durante o reinado de D.Pedro II,ou seja de 1667 a 1706.
Em 1706 D.João V,ordena a actualização dos elementos da bandeira.Para tal,acrescenta à coroa um barrete vermelho e o escudo assume o formato dito Francês.
Esta bandeira foi usada por: D.João V (1706-1750) ; D.José (1750-1777) ; D.Pedro III (1777-1786) ; D.Maria I (1786-1816).Esteve por isso em uso de 1706 a 1816.
A esfera armilar,um antigo emblema pessoal de D.Manuel I e já usado nas naus da Carreira do Brasil,é agora representante do Principado do Brasil,foi acrescentada por D.João VI à bandeira para simbolizar o Reino Unido de Portugal e Brasil (decreto de 13-05-1816).A coroa é colocada em cima da esfera armilar e o escudo volta a ser de ponta redonda.
Foi usada por D.João VI (1816-1826) ; D.Pedro IV (1826) ; D.Maria II (1826-1828) ; D.Miguel (1828-1833).Esteve por isso em uso de 1816 a 1833.
Em 1830.é decretado pela junta governativa da Terceira,que o fundo da bandeira passasse a ser bipartido,sendo assim azul e branco.O azul e branco surgem na bandeira,pois,já em 1821 pelas Cortes Gerais da Nação haviam sido decretadas as cores para o laço nacional (cockard).Esta escolha deveu-se ao facto de terem sido consideradas as cores do escudo de D.Afonso Henriques e por conseguinte as cores nacionais.
O escudo volta a ser em forma de bico no final.
Esta bandeira foi usada por D.Maria II (1833-1853) ; D.Pedro V (1853-1861) ; D.Luís (1861-1889) ; D.Carlos (1889-1908) ; D. Manuel II (1908-1910).
Foi usada de 1830 a 1910.
Esta é a bandeira que vigora desde 1910,após a revolução republicana.É a nossa bandeira e nós amamo-la.Sobre ela já se inventaram toda uma série de simbologias e significâncias.A mais impressa nos manuais do velho regime,ilustrava as cores como sendo o verde da eterna esperança e dos campos verdejantes de Portugal,carregando o vermelho nos seus três quintos o sangue derramado pelos nossos antepassados.A esfera armiliar aparecia como alusão ao mundo que já foi nosso e no qual estava cunhado o escudo dos Portugueses como o povo eleito e dominante.É pena isto não ser verdade.A história até é bonita.Os factos verdadeiros é que o verde e vermelho surgem porque representam as cores do Partido Republicano Português.A esfera armilar volta a aparecer sem que nenhum verdadeiro significado lhe seja atribuído,pois ela simbolizava o Principado do Brasil e havia sido incluída anteriormente na bandeira para simbolizar o Reino Unido de Portugal e Brasil,logo aqui,é desprovida de sentido.E esta é a realidade.Esta bandeira constitiui um erro de heráldica,pois o vermelho e o verde,segundo as regras de heráldica,são dois esmaltes e por conseguinte não podem entrar em contacto.Além disso é uma bandeira de difícil representação e as cores que usa não têm nenhuma lógica histórica e a utilização que os actuais portugueses fazem das cores nacionais mais parecem as cores dum país africano.
Deixamos aqui uma proposta para a revisão da bandeira nacional.
Um exercício de bom gosto e de sentido histórico.O escudo assume lugar de destaque,aumentando a sua proporção,dando assim à vista o símbolo máximo da nossa História.As cores são o azul e branco cores nacionais desde sempre.
Esta é uma bandeira que não é republicana nem monárquica é apenas a bandeira lógica de Portugal.
Hoje o 1640 está de luto,pois decorrem 226 anos da morte de um dos poucos Homens de carácter e visão que lideraram Portugal.Daqueles que nos fazem muita falta.Sebastião José de Carvalho e Melo,mais conhecido por Marquês de Pombal,foi odiado por beatas e chulos,foi amado por patriotas e visionários.
Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782),um grande Homem.
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